(foto de minha autoria)
Erguem-se véus de mil cores à sua passagem, enquanto se dobram em curva o dorso dos que não a ousam olhar de frente.
Alheia ao que se passa à sua volta ela caminha pelo trilho do desconhecido, com os olhos erguidos para que o sol a presenteie os calores que lhe atribuem.
Em cada esquina, redescobre um banho de essências doces, suaves, que vêm de um recanto oculto, plantado no meio dos seus seios.
Indiferente, sorri, parece não incomodar-se que a saibam, que a extraiam, que a descubram; pois o refúgio de todos os seus medos está naquele recanto secreto, onde em longos passeios nocturnos geme palavras a um sonho furtivo.
É no recesso desse sonho, que ela guarda os aromas de tudo o que lhe vai por dentro…
cuida, rega cada pedacinho de terra como se fosse um jardim que não tem fim, onde a beleza sublime das rosas que fazem do seu umbigo morada, se protegem com espinhos afiados para quem as ouse desflorar.
É um jardim só seu!
Um lugar encantado onde os defeitos não entram, tal é o medo de que arruínem a pureza de um enlaço de pétalas delicadas, doadoras de encanto que se abrem inocentemente à passagem do mais imprudente dos mortais.