terça-feira

Gélida



(Foto de minha autoria)



Tenho frio!
Há muito, muito tempo que não sentia tanto frio... A culpa será do vento Norte que teimosamente dispersa o entardecer em espasmos de uma dor consentida enquanto imóvel me observa morrer.
Não ouso...
 não falo...
nem imploro... Não me atrevo!

De tão perdida que estou quedo-me ao silêncio de vozes que já não germinam em harmonia porque sei que não existe nenhuma forma de medição de perdas que explique o cansaço de qualquer vontade antiga na desertificação do coração.
Eu sei!... sei que permaneço em sobressalto mesmo quando aquieto a voz que me diz, que está a chegar ao fim o rasgo das lágrimas, da sede sentida, do desespero de quem quis sorver de um gole o suco da vida.

Tenho frio..................................................