segunda-feira

Desgraçada Crença





Julgas-me uma errante… uma caminhante do nada por não ter crença nem fé, Julgas mal e esse foi o maior pecado da tua crença sobre mim.
Dizes que sou incrédula no meu caminhar… quando sonho com um novo mundo … e acredito num regressar.
Julgas conhecer-me quando de mim só conheces o calor de minha boca.……… Proximidade que as tuas palavras gritam queimar ainda na tua pele.
Imaginaste-me intocável…. Quando eu não suporto deusas nem altares!

Querias-me?!!.... Tocasses-me…… ( limitas-te a adorar-me)... agora é tarde, não moro mais aqui .

Fui, despojei-me de tudo o que pensei ser teu.
Não ficou fé nem crença que me salvem desta luta que travei com estepes sagradas de alguns desertos ocultos.
Se me escondo? NÃO… ainda não morri, ainda trouxe comigo um espólio de prata que guardo nos armários do tempo… A sua inutilidade opõe-se às razões de caminhos percorridos em vão, mantendo o meu andar firme perante alguns passos que me atraiem.

Vai, segue o teu caminho ... não me tomes por desgraçada, na minha crença sei que atrás de uma estrada existe um beco… Atrás de um beco uma luz… A par com a luz, uma justificativa que motive uma escolha que faça todo o sentido no momento final.


De uma vez por todas........ Vai!

2 comentários:

marinheiro disse...

Nada do que eu diga tornará mais belo este texto

Áurea Regina disse...

belíssimo texto!