quarta-feira

Não Acordes as Estrelas



… Apenas desejei que  me resgatasses do isolamento das palavras que me impelem a escrever.” Tristezas”; dizes -me tu!
_Não são tristezas, são palavras!
 “Tristezas”! Teimas em perpetuar.
 
 Meu Deus, serei eu assim como dizes?
Serei eu uma amnésia dos céus; meretriz do ócio da dor?
Chego à conclusão que talvez eu precise de morrer e beber todo o meu sangue, para que o renascer traga de volta a pessoa que hoje confinaste a gestos esfumados de querer.
 
Não sei! Sinceramente não sei!
Talvez os dias estejam a nascer contra a minha vontade.
Talvez eu me perca na rédeas do tempo ao tentar emoldurar todas as minhas memórias.
Talvez eu precise de morrer, para que a fome de vida não me mate primeiro.
Talvez! Talvez! Talvez!
 
Penso e repenso em tudo o que falamos, em tudo o que destilamos e não percebo, juro que não percebo porque bebes apenas o ar frio das minhas promessas, quando existe tanta paixão nas palavras que fluem de mim.
Não vês que eu escrevo na doçura terna dos teus beijos, gloriosas aventuras de uma menina/mulher sedenta de ti?
 
Amimas aflito a lágrima que teima em cair porque sabes que ela é a primeira palavra que me fica, antes da torrente da indiferença em que me sepultarei. Esmagas com palavras o que outros esmagaram com actos, fazendo-me sentir como se eu não tivesse um lugar debaixo da lua…
como se eu fosse uma cidadã anónima perambulando pelas ruas da madrugada.
 
Por favor não me faças sentir isto, porque se o voltar a sentir; será esse o último dia que te vi.

Um comentário:

Maria disse...

Não tenho palavras para ti, Ana.
Apenas um abraço. Forte.