quinta-feira

Vestida de Amor


                                                         (foto de minha autoria )

No improvável lugar onde nasce a perfeição de tudo o que me vai por dentro... desfio um rosário de Salmos, punição admitida por amar; sentimento que julguei extinto em mim.
Se antes eu fui refém de um amor escaldado, fundido nas palavras de uma fantasia esquiva em dias de conveniência… hoje reapareço vestida de amor.
Já não me calo, hesitante entre um paro e não paro;
Hoje não quero parar… nada me impedirá de percorrer este caminho que me faz navegar num mar de palavras felizes onde os aromas do corpo de quem amo se misturam à certeza de que voltei a ser dona de um tempo que outrora fora meu e que à muito tinha ficado para trás.
Perguntam-me se mudei….
Mudei, sem dúvida alguma que mudei, mais que não seja a estratégia do espaço, num ritual consentido... tenho asas e já consigo voar.
Antes não me entendia, era como se o amor e a dor fossem um único e só momento que anoitece e amanhece, num sentimento falso, inverdadeiro.
Cansei-me... dessa falta de entendimento procurando no recôndito do meu ser algo que me fizesse acreditar no valor de um olhar diferente, na crença de algo mais palpável e verdadeiro… pois nunca fui capaz de me sustentar de promessas.
Parti sem destino, destinando-me a um estável adiamento e hoje sinto-me revestida de vida… e mesmo que o corpo nem sempre me permita a deslizes de prazer, posso dizer-vos que é um prazer ainda ter corpo.